quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007
Morte (Sandman)
Nas histórias de Sandman, a Morte é a irmã mais velha de Morpheus, o Sonho. Os dois fazem parte da família dos Perpétuos, que acompanham a humanidade eternamente. A personagem é diferente de tudo o que se esperava: é divertida, carinhosa e gentil. Adora as pessoas e se preocupa com elas. Morte é um milhão de vezes mais sensível que o próprio Sonho, explica Gaiman. De fato, ela é um contraponto ao melancólico Morpheus - o que garantiu à personagem um sucesso imediato.
Além de agradar em cheio os leitores de Sandman, Morte é uma excelente indicação para todos os que se interessam por mitologia, literatura de fantasia e histórias de humor.
Morte se encontra com cada mortal duas vezes em sua vida: no nascimento, e na morte. Ela está fadada a ser o último ser a existir.
Uma vez a cada cem anos ela passa um dia como mortal ao fim do qual ela inevitavelmente morre, para ter melhor compreensão da sua missão.
Morte parece sempre ser o perpétuo mais otimista e bem humorado (exceto por Desejo, talvez) ao contrário de seu irmão mais novo, sempre mórbido e melancólico. Ela sempre se veste com roupas góticas e carrega um colar na forma de Ankh, ironicamente o símbolo egípcio da vida. Tem cabelos negros, e pele muito pálida (essa última é característica comum a todos os perpétuos).
Séries próprias
Este popular personagem não foi limitado ao papel de coadjuvante na revista Sandman. Neil Gaiman escreveu duas mini-séries focadas no personagem: Morte, O Preço da Vida e Morte, O Grande Momento da Vida, ambas desenhadas pelo canadense Chris Bachalo. Em 2000, a Vertigo publicou Morte, A Festa escrita e desenhada pela desenhista Jill Thompson que já trabalhara com o personagem no especial Pequenos Perpétuos.
Morte, O Preço da Vida descreve o encontro entre a perpétua e o adolescente Sexton Furnival. Quando encontra a Morte, Sexton está pensando em se suicidar, mas abandona temporariamente a idéia quando começa a acompanhá-la. A Morte não aparenta ser muito mais velha do que ele e ele a vê como uma garota de idéias extravagantes (em boa parte por não tentar esconder em nenhum momento que é a Morte). A trama se define com o aparecimento de Mad Hettie, uma mendiga que já está viva há mais de dois séculos e que pede à Morte que encontre seu coração perdido. E também há o Eremita, que quer aprisionar a Morte para que a vida seja eterna. (Essa idéia já estava presente na revista Sandman nº1, quando uma tentativa de capturar a Morte leva à prisão de Sonho em seu lugar). A mini-série retrata um período de vinte e quatro horas, especificamente o dia a cada cem anos que a Morte deve passar como mortal.
Morte, O Grande Momento da Vida conta a história da cantora lésbica Foxglove e de sua namorada Hazel. No passado Hazel fizera um trato com a Morte para evitar que seu filho Alvie morresse. A história começa a ser contada a partir do momento que a Morte volta para cobrar a dívida. Foxglove parte a procura de Hazel que está na companhia da Morte, angustiada pela morte recente de seu agente (e figura paterna) e pela necessidade de contar a namorada que não a ama mais.
Uma frase da Morte :
"É apenas isto: se você vai ser humano, tem um monte de coisas no pacote. Olhos, um coração, dias e vida. Mas são os momentos que iluminam tudo. O tempo que você não nota que está passando... é isso que faz o resto valer. (Morte dos Perpétuos)"